Comício em Sacavém

Defender os trabalhadores<br>e o povo

Je­ró­nimo de Sousa con­tinua a par­ti­cipar num con­junto de ini­ci­a­tivas do Par­tido em que se ex­pli­cita a na­tu­reza do novo quadro po­lí­tico e se apre­senta as múl­ti­plas ta­refas que estão co­lo­cadas aos co­mu­nistas.

UE, FMI, PSD e CDS querem manter rumo de em­po­bre­ci­mento

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À me­dida que o cantor Jorge Mar­ques ia per­cor­rendo a di­ver­si­dade mu­sical por­tu­guesa (de An­tónio Va­ri­a­ções a Zeca Afonso, pas­sando por Fausto, pelo fado de Lisboa, a moda alen­te­jana e o cantar aço­riano), o Pa­vi­lhão Gim­no­des­por­tivo dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Sa­cavém foi-se en­chendo e, quando cerca das 21h20, Je­ró­nimo de Sousa chegou – acom­pa­nhado de Ber­nar­dino So­ares, membro do Co­mité Cen­tral do PCP e pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Loures, na qua­li­dade de an­fi­trião –, as ban­deiras ru­bras agi­taram-se, a mú­sica quedou-se no de­di­lhar da gui­tarra e as vozes em unís­sono en­to­aram «PCP! PCP! PCP!».

Na sua in­ter­venção, o Se­cre­tário-geral do Par­tido de­nun­ciou a «ampla ope­ração de pressão e chan­tagem» le­vada a cabo, de forma con­cer­tada, pela UE, a troika, as agên­cias de no­tação fi­nan­ceira e, cá dentro, o PSD e o CDS, vi­sando con­di­ci­onar o con­teúdo do Or­ça­mento do Es­tado para 2016. O seu ob­jec­tivo é claro: a con­ti­nu­ação das po­lí­ticas de «ex­plo­ração, em­po­bre­ci­mento e ex­torsão dos re­cursos na­ci­o­nais de que o País tem sido ví­tima».

Todas estas en­ti­dades, lem­brou Je­ró­nimo de Sousa, apre­sen­taram o seu «ca­derno de en­cargos»: o FMI veio exigir «novas me­didas de fle­xi­bi­li­dade la­boral, mais fa­ci­li­dades de des­pe­di­mentos, mais re­dução e con­ge­la­mento de sa­lá­rios»; a UE chegou a de­fender a pe­na­li­zação do País por «dé­fice ex­ces­sivo», para o qual ela pró­pria con­tri­buiu; as agên­cias de no­tação fi­nan­ceira vol­taram a com­portar-se como aquilo que são – uma «máfia ao ser­viço da es­pe­cu­lação e do grande ca­pital» – ao ame­açar o País a pre­texto da «ins­ta­bi­li­dade po­lí­tica» e da «cre­di­bi­li­dade». Fazem-no, ga­rante, porque sabem que este é um mo­mento «im­por­tante de to­mada de de­ci­sões, onde se con­frontam os in­te­resses do nosso povo e os in­te­resses do grande ca­pital eco­nó­mico e fi­nan­ceiro».

Re­me­tendo para outro mo­mento uma apre­ci­ação global do con­teúdo do Or­ça­mento do Es­tado (en­tregue nesse mesmo dia pelo Go­verno) e o sen­tido de voto do PCP, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou que o Par­tido «in­ter­virá ac­tiva e se­ri­a­mente para ga­rantir que o OE con­tribua para a con­cre­ti­zação dos di­reitos e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo». Como sempre acon­tece, re­alçou o Se­cre­tário-geral, o PCP apoiará tudo o que «servir os tra­ba­lha­dores, o povo e o País» e re­jei­tará o que for ne­ga­tivo.

Es­pe­rança no fu­turo

Pe­rante a pla­teia sen­tada e de pé, nos es­paços que so­bravam, Vasco Mar­ques, da Di­recção Na­ci­onal da JCP, ini­ciou a in­ter­venção afir­mando que «en­quanto houver pro­blemas e in­jus­tiças, há luta; que en­quanto houver ju­ven­tude há es­pe­rança». O jovem co­mu­nista ilus­trou em se­guida esta afir­mação com os exem­plos dos com­bates tra­vados pela JCP nos úl­timos quatro anos de go­verno PSD-CDS, mas também agora, para «travar o au­mento anun­ciado das pro­pinas», a pre­ca­ri­e­dade la­boral, a de­gra­dação do en­sino pú­blico e das es­colas pú­blicas. Re­lem­brando que a JCP é a «or­ga­ni­zação re­vo­lu­ci­o­nária da ju­ven­tude por­tu­guesa», Vasco Mar­ques su­bli­nhou: «Não da­remos qual­quer passo atrás, é para a frente que os jo­vens querem ir!»

O co­mício ter­minou como co­meçou, com mú­sica, no caso o «Avante, Ca­ma­rada», «A In­ter­na­ci­onal» e «A Por­tu­guesa». Es­co­ando de­va­ga­rinho, por serem muitos, os par­ti­ci­pantes iam al­can­çando o ex­te­rior do Pa­vi­lhão dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Sa­cavém, onde uma noite fria os aguar­dava. Mas, como disse Je­ró­nimo de Sousa ao fi­na­lizar a sua in­ter­venção, «neste Par­tido es­tamos ha­bi­tu­ados a fazer boa cara ao mau tempo».




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